O Barroco surgiu em uma época que com o surgimento do
Protestantismo, a Igreja Católica sentia-se ameaçada, fazendo-a a criar a
Contra Reforma, de modo que o Barroco acontece do final do século XVI ao início
do século XVIII, numa época em que há um clima de tensão no mundo fé.
Dessa maneira, os escritos barrocos são feitos de poetas para
poetas, dentro das Academias, isto é, agremiações culturais onde se discutem
poesias e tratados de retórica dos clássicos latinos; portanto, os poetas
tinham o intuito de produzir textos bastante elaborados para serem reconhecidos
e acessíveis para o entendimento do leitor.
As principais caracterísiticas do Barroco são:
Fusionismo, a fusão das visões medieval e renascentista, as quais são antagônicas.
Culto do contraste, há uma aproximação dos opostos, principalmente carne/espírito, pecado/perdão,
juventude/velhice, céu/terra, erotismo/espiritualidade.
Pessimismo, o homem dividido entre o Deus e o Homem, possui uma visão pessimista ao
fazer o contraste entre o homem com tristeza e sofrimento, e Deus com
felicidade e glória.
Feísmo, há exploração da miséria humana e seus aspectos crueis, dolorosos e
repugnantes.
Rebuscamento, o escritor escreve de maneira excessivamente rebuscada, portanto, a
linguagem é composta observando os detalhes, cheia de imagens e figuras, explorando
o jogo de palavras e figuras de linguagem, principalmente a metáfora.
Dinamismo e teatralidade, o escritor busca a ideia de movimento para representar a instabilidade
da época
Reflexão sobre a fragilidade
humana, entre os temas mais recorrentes dos poemas barrocos
estão: a fragilidade da vida humana, a fugacidade do tempo, a crítica à vaidade,
as contradições do amor, embora, seja possível observar que a forma elaborada
do texto é mais importante que o tema em si.
Guiada de toda dualidade
da época, o Barroco divide-se em duas correntes:
CULTISMO: predominante na poesia, caracteriza-se pela elaboração rebuscada, visto a
utilização de três artifícios: jogos de palavras, jogos de imagens – figuras de
imagens e jogos de construção – estruturação sintática elaborada; também
conhecido como Gongorismo, visto seu principal adepto ter sido Luís de Góngora.
CONCEPTISMO: conhecido como Quevedismo, devido a Francisco Quevedo, tem a predominância
dos textos em prosa, enquanto o escritor afasta-se do rebuscamento para
valorizar o conteúdo, recorrendo a comparações ousadas, exemplificações frequentes,
metáforas, imagens, hipérboles, analogias.
Em relação ao Barroco
brasileiro, este ocorreu durante o século XVII, quando em 1601, Bento Teixeira
escreveu o poema épico Prosopopéia;
embora o poeta não esteja entre os dois principais autores:
GREGÓRIO DE MATOS, conhecido por sua poesia lírica, sacra e satírica; na primeira retoma
temas clássicas, como a dualidade entre espírito e matéria; já na segunda
enfatiza o senso de pecado, a constatação da fragilidade humana e o temor
diante da morte e da condenação, esses poemas foram produzidos na fase final de
sua vida quando apresentava uma fase de pecador arrependido contrastando com o
jovem que outrora desafiava o poder divino nos poemas; enquanto a satírica foi
sua faceta mais famosa ao expor a prática da maledicância, revelando aspectos
negativos da vida na Bahia e em Pernambuco, denunciando a corrupção econômica
dos políticos e moral dos padres e freiras. Embora, usando metáforas e
estruturação sintática, seus poemas não exageravam o artificialismo da
linguagem cultista.
PADRE ANTÔNIO VIEIRA, destacou-se pelos seus sermões, os quais eram produzidos com engenhosa
argumentação e retórica perfeita, entre os mais famosos estão Sermão pelo bom sucesso das armas de
Portugal e Sermão da primeira dominga
da Quaresma.
E por hoje é só pessoal!
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Abraços e até a próxima.
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