por Ariadne Mégara
É
muito comum o aluno ficar “perdido” na hora de redigir uma redação, ficar
desorientado, se perguntando: “por onde começo? Tem sentido o que escrevo? Está
bom o meu texto?”. Uma fórmula mágica para se escrever uma boa redação,
infelizmente não existe, mas alguns pontos são essenciais para tal sucesso,
como ter o conhecimento prévio do assunto abordado e saber algumas técnicas de
elaboração de textos. Bom, o post de hoje dedica-se a dois elementos
fundamentais para uma construção textual: coerência e coesão.
A
coesão textual acontece quando você
consegue uma ligação harmoniosa entre os parágrafos do texto, ou seja, é você
evitar criar um texto sobrecarregado de palavras que se repetem do início ao
fim.
Um
texto torna-se bem construído e coeso quando usamos os elementos gramaticais ou
coesivos (conjunções, pronomes, preposições e advérbios), no interior das
frases, de forma adequada. Se esses elementos de ligação forem mal empregados,
o texto não apresentará noção de conjunto, ou ainda, sua linguagem se tornará
ambígua e incoerente.
Parece
difícil, mas não é. Vejamos um exemplo para a sua melhor compreensão.
Ele estava prestes a desistir, onde
recebeu a notícia de sua promoção.
Esse
texto tem coesão? A resposta é NÃO. Qual seria o problema? Simples, o “onde”
foi erroneamente usado, pois remete a uma ideia de lugar que não está
explicitada no período, sendo mais adequado usar a preposição “quando”, nos
dando a ideia que algo estava para acontecer, mas outra ação impediu que
acontecesse. Sendo assim:
Ele estava prestes a desistir, quando
recebeu a notícia de sua promoção.
Percebeu
que não tão difícil assim? É preciso, apenas, ficar ligado no uso dos
conectivos, tais como advérbio, preposição, conjunção, etc.
Não
podemos negar que uma coisa está ligada a outra, uma vez que se os elementos de
ligação (conectivos) forem empregados incorretamente faltará a coesão e,
logicamente, a coerência ao texto.
Que
tal observarmos a coesão e a coerência no texto abaixo?
ABRE-TE, SÉSAMO!
A casa inteligente imaginada no MIT será
impregnada por câmeras de vídeo, microfones, telões, caixas acústicas e
sensores que farão parte da decoração. As câmeras, por exemplo, serão acionadas
por um computador central para reconhecer cada um dos membros da família e
rastreá-los em suas ações nos diferentes cômodos. Não bastasse, o sistema
compreenderá sinais manuais e gestos de comando dos ocupantes da casa, tais
como não e OK. Através dos microfones, o computador distinguirá igualmente
comandos de voz. Assim, por exemplo, o filho mais velho, ao deitar-se na cama
para dormir, simplesmente dirá: "Computador, me acorde às sete da
manhã". (Peter Moon. IstoÉ, 29-11-1995).
O primeiro período do texto é composto, e
suas orações aparecem ligadas pelo que,
pronome relativo, elemento coesivo dessa subordinação. A oração subordinada
adjetiva introduz uma explicação: "...que farão parte da decoração".
A locução "por exemplo", no
segundo período, inicia um esclarecimento em relação ao que foi dito, dando
continuidade à ideia inicial do texto. Já a preposição "para", logo
em seguida ("para reconhecer cada um...") expressa a finalidade no
uso das câmeras, nessa casa do futuro. Essa oração vem subordinada ou ligada à
oração anterior, chamada de principal.
Também
a conjunção e (coordenada) introduz
a ideia de acréscimo (..."e rastreá-los em suas ações... e gestos de
comando dos ocupantes da casa".). Nas orações que seguem, as palavras
"através" e "assim" (conectivos) começam uma sequencia de
valor ilustrativo, confirmando as ideias apresentadas com exemplos.
O emprego desses elementos coesivos dá ao
texto uma estrutura clara e compreensiva. Por isso é importante a escolha
adequada dos conectivos que serve de elo entre os termos e as orações, na
produção de um texto.
Se
ampliarmos as ideias vistas no texto anterior, em que o autor imagina o
surpreendente avanço tecnológico modificando nossas casas, seria incoerente se
acrescentássemos o seguinte trecho:
"O projeto da casa inteligente
mostra que o avanço tecnológico vem prejudicando a vida humana, pois o computador
tornou-se um terrível adversário, substituindo o homem em quase todas as
funções. Com isso, o desemprego passou a representar um dos grandes dramas da
sociedade moderna."
Observe
que as ideias desse parágrafo são incoerentes, porque o texto lido menciona
justamente os benefícios do computador nas atividades humanas, e não sua
utilização como forma de prejudicar o trabalho do homem. Assim, a expressão
dessas ideias não teriam sentido ou coerência em relação ao tema desenvolvido
inicialmente.
Difícil?
Complicado? Não, certo? É só ficar atento para não repetir tantos a palavras no
seu texto e, principalmente, não entrar em contradição. E agora? Que tal
terminarmos com uma super dica?
Primeira coisa que você jamais deve esquecer: essas
palavras NÃO são sinônimas.
Então, qual a diferença?
DesApercebido: desprevenido, desprovido, desguarnecido de algo.
DesApercebido: desprevenido, desprovido, desguarnecido de algo.
Exemplo:
Foi abordado por ladrões, justamente por estar desapercebido.
Despercebido:
é o que você não percebeu. É simples!
Exemplo:
o gato passou despercebido.
Ficou com alguma dúvida?
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