sábado, 25 de agosto de 2012

ADÉLIA PRADO



Filha do ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa, Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, em 13 de dezembro de 1935. Na rua Ceará daquela cidade do interior mineiro, Adélia Prado leva uma vida pacata. Inicia os estudos no Grupo Escolar Padre Matias Lobato. Em razão do falecimento da mãe em 1950, Adélia escreve, no mesmo ano, os primeiros versos. No ano seguinte iniciou o curso de magistério na Escola Normal Mário Casassanta, terminando-o dois anos depois. 

Em 1955, começa a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana Sobrinho e três anos depois, casa-se com o funcionário do Banco do BrasilJosé Assunção de Freitas, com teve cinco filhos: Eugênio, Renan, Sarah, Jordano e Ana Beatriz. Em 1972, morre seu pai, um ano depois, forma-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis e neste mesmo ano seus poemas são lidos por Carlos Drummond de Andrade, o qual declarava "Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis". 

Aos 40 anos publica seu primeiro livro, Bagagem, após indicação de Drummond à Editora Imago e em 1976, lança Bagagem no Rio de Janeiro, com a presença de Juscelino Kubitschek, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Affonso Romano de Sant'Anna, Nélida Piñon, dentre outros. Em 1978, publica O Coração Disparado, o qual recebe o Prêmio Jabuti, no ano seguinte lança Soltem os Cachorros, e em seguida dirige a montagem de Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna pelo grupo de teatro amador Cara e Coragem. 

Em 1981, publica Cacos para um Vitral e Terra de Santa Cruz; neste mesmo ano é apresentado, no Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Princeton, Estados Unidos, o primeiro de uma série de estudos sobre a obra. Entre 1983 e 1988, exerce as funções de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e da Cultura de Divinópolis, em 1984, publica Os Componentes da Banda e no ano seguinte, participa de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses, realizado em Portugal, e do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América, em Cuba. Em 1987, estreia o espetáculo Dona Doida: um Interlúdio, baseado em textos de livros da autora, encenado por Fernanda Montenegro, no Teatro Delfim, no Rio de Janeiro. 

Um ano depois, publica A Faca no Peito e participa da Semana Brasileira de Poesia em Nova Iorque, em 1991, lança Poesia Reunida e três anos depois, O Homem da Mão Seca, após o qual, a escritora "emudeceu sua pena", fase posteriormente explicada por ela mesma como "um período de desolação. São estados psíquicos que acontecem, trazendo o bloqueio, a aridez, o deserto". Oráculos de Maio, uma coletânea de poemas, e Manuscritos de Felipa, uma prosa curta, marcaram o retorno, ou a quebra do silêncio, ambos de 1999; lançou ainda, Quer Minha Mãe (2005) e A duração do dia (2010).


Obras

  • Poesia
Bagagem, 1975 O Coração Disparado, 1978
Terra de Santa Cruz, 1981
O Pelicano, 1987
A Faca no Peito, 1988
Oráculos de Maio, 1999
A duração do dia, 2010
  • Prosa
Solte os Cachorros (contos), 1979 
Cacos para um Vitral (romance), 1980
Os Componentes da Banda (romance), 1984
O Homem da Mão Seca (romance), 1994
Manuscritos de Filipa (romance,), 1999
  • Antologia
Mulheres & Mulheres, 1978 
Palavra de Mulher, 1979
Contos Mineiros, 1984
Poesia Reunida, 1991 
Antologia da Poesia Brasileira, 1994
Prosa Reunida, 1999




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