Seguindo nosso estudo sobre o Naturalismo e como prometido no post passado, hoje iremos conhecer mais sobre os autores naturalistas:
- Aluísio Azevedo:
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo
nasceu em 1857, em São Luís do Maranhão, foi romancista, cronista, caricaturista,
jornalista, diplomata e considerado “o primeiro romancista de massas”.
Morou com o irmão no Rio de Janeiro,
trabalhando em jornais políticos da época; contudo, após a morte de seu pai
retorna ao Maranhão, iniciando sua carreira literária em 1880 com Uma lágrima de mulher e O Mulato, em 1881, que inaugura o
Naturalismo Brasileiro; e pouco antes do lançamento do livro, anunciou no
jornal A pacotilha a chegada do advogado: “Dr. Raimundo José da Silva,
distinto advogado que partilha de nossas idéias e propõe-se a abater os abusos
da Igreja. Consta-nos que há certo mistério na vida deste cavalheiro”; provocando
a venda de dois mil exemplares, entretanto, a obra não foi bem recebida em sua terra
natal.
Aluísio Azevedo viveu de sua escrita, deste
modo, para sobreviver de sua literatura, suas obras mesclam o romantismo e o
naturalismo, de forma simultânea e não de maneira sucessiva, como ocorreu com
Machado de Assis.
Torna-se diplomata, em 1895, servindo
em Nápoles, Japão e Buenos Aires, onde falece em 1913. Suas obras incluem,
ainda: A Condessa Vésper (1882), Girândola de Amores (1882), Filomena Borges (1884), Casa de Pensão (1884), O Homem (1887), O Coruja (1890), O Cortiço (1890), O Esqueleto (1890 em parceria com
Olavo Bilac), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895), além de
contos, crônicas e peças de teatro.
- Adolfo Caminha:
Adolfo Ferreira
Caminha ficou órfão de mãe, em 1877, e sofreu com a seca do Nordeste, nesse
mesmo ano. Fez os primeiros estudos em Fortaleza (CE) e depois seguiu para o
Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Naval (1883).
Na Marinha, sentiu o
choque da instituição conservadora e monarquista, revelando-se republicano e
abolicionista. Por volta de 1886 demonstrou vocação pela literatura, quando
publicou os poemas Vôos Incertos e os
livros de contos Judite e Lágrimas de um Crente. Durante suas viagens
como marinheiro, escreveu as crônicas No
País dos Ianques (1894).
Em 1888 pediu
transferência para Fortaleza, pois, o Ceará já havia libertado seus escravos
quatro anos antes e a vida literária da Capital era ativa. Naquela
cidade, o já tenente Caminha envolveu-se com Isabel Jataí de Paula Barros, que
deixou seu marido e foi viver com o marinheiro, de modo, que foi expulso da
Marinha. Então, foi trabalhar na Tesouraria da Fazenda e continuou sua
atividade literária. Fundou a "Revista Moderna" (1891) e, em 1892, a
"Padaria Espiritual", movimento que acreditava na educação do povo
para mudar o país, e publicava o jornal, "O Pão".
Voltou para o Rio de
Janeiro em 1893, já com duas filhas e além de trabalhar no Tesouro Federal, escrevia
para jornais. No mesmo ano publicou o romance A Normalista, e dois anos depois, publicou O Bom-Crioulo, considerado
seu melhor livro.
Em 1896, publicou Tentação, morreu de tuberculose, no ano
seguinte, antes dos 30 anos de idade.
- Júlio Ribeiro:
Júlio César Ribeiro
Vaughan nasceu em 10 de abril de 1845 na cidade de Sabará (Minas Gerais).
Estudou no Colégio Baependiano e na Escola Militar, todavia, não concluiu já
que abandonou para dedicar-se ao magistério livre. Faleceu em São Paulo em 1890
com Tuberculose.
Foi professor, jornalista e escritor. Fez parte da
Academia Paulista de Letras, fundou e dirigiu o jornal O Sorocabano, porém, como escritor foi muito polêmico, cujo auge
foi o livro A carne, que inicialmente
escandalizou a sociedade, e é uma obra bem característica do naturalismo (uma
pena que não esteja no rol dos livros para o vestibular, logo, poucos
estudantes tem acesso a ele), mostrando o naturalismo dentro da sexualdiade, o
erotismo ao extremo para a época. Seus ideais eram de cunho abolicionista,
anticlerical e defensor da liberdade.
Por sua importância
em sua época, foi eleito pela Academia Brasileira de Letras, com o Patronato da Cadeira 24, por escolha de seu primeiro
ocupante, Garcia Redondo. Algumas obras de suas obras são: O Padre Belchior de Pontes, A Carne, Traços
gerais da linguística, Gramática
Portuguesa, Holmes brasileiros ou
gramática da puerícia, English Grammar, Questão gramatical, Cartas sertanejas, Assassinatos na Rua Morgue
e Uma polêmica Célebre.
- Domingos Olímpio:
Domingos Olímpio Braga
Cavalcanti nasceu na cidade de Sobral, no estado do Ceará, em 18 de Setembro de
1850 e veio a falecer no Rio de Janeiro, no dia 07 de Outubro de 1906, com 55
anos de idade. Era republicano e abolicionista convicto.
Em 1873 forma-se em Direito pela Faculdade de
Recife e retorna ao Ceará, onde foi promotor público. Em 1879 transfere-se para
o Pará, onde se dedica à advocacia e ao jornalismo. Em 1891 muda-se para o Rio
de Janeiro e como jornalista, escreveu em vários periódicos. Publicou em Os Anais o romance O Almirante e Uirapuru, este
último deixando incompleto.
Foi um escritor importante e é patrono da Cadeira
Nº 8 da Academia Cearense de Letras. Chegou a se candidatar para a Academia Brasileira
de Letras, mas foi derrotado por Mário de Alencar, filho de José de Alencar.
Além de muitos romances, escreveu também peças
teatrais, muitas das quais nunca foram encenadas; sua principal obra foi Luzia-Homem, em 1903, um romance que marca
a transição entre o regionalismo romântico e o regionalismo realista.
- Inglês de Souza:
Herculano Marcos
Inglês de Sousa fez os primeiros estudos no Pará e no Maranhão. Diplomou-se em
direito pela Faculdade de São Paulo, em 1876. Nessa época colaborava com a Revista Nacional, de Ciências, Artes e
Letras e militava na Tribuna Liberal.
Foi professor da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de
Janeiro, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, deputado federal e presidente
das províncias de Sergipe e Espírito Santo.
Tornou-se conhecido,
como escritor, com O Missionário, de 1891,
que, como toda sua obra, revela influência do romance europeu realista e
naturalista, principalmente dos autores Eça de Queirós e Emile Zola .
Além de advogado,
banqueiro, professor, jornalista e romancista, foi também, contista tendo
escrito Contos Amazônicos (1892); também
foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Outras obras: O Cacaulista (1876); História de um Pescador (1876) e O Coronel Sangrado (1877).
E por hoje é só pessoal!
Ficou com alguma dúvida?
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Abraços e até a próxima.
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