terça-feira, 11 de setembro de 2012

Autores Naturalistas







por Anailde Ribeiro
  e Ramona Rocha




Seguindo nosso estudo sobre o Naturalismo e como prometido no post passado, hoje iremos conhecer mais sobre os autores naturalistas:


  •  Aluísio Azevedo:
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 1857, em São Luís do Maranhão, foi romancista, cronista, caricaturista, jornalista, diplomata e considerado “o primeiro romancista de massas”.
Morou com o irmão no Rio de Janeiro, trabalhando em jornais políticos da época; contudo, após a morte de seu pai retorna ao Maranhão, iniciando sua carreira literária em 1880 com Uma lágrima de mulher e O Mulato, em 1881, que inaugura o Naturalismo Brasileiro; e pouco antes do lançamento do livro, anunciou no jornal A pacotilha a chegada do advogado: “Dr. Raimundo José da Silva, distinto advogado que partilha de nossas idéias e propõe-se a abater os abusos da Igreja. Consta-nos que há certo mistério na vida deste cavalheiro”; provocando a venda de dois mil exemplares, entretanto, a obra não foi bem recebida em sua terra natal.
Aluísio Azevedo viveu de sua escrita, deste modo, para sobreviver de sua literatura, suas obras mesclam o romantismo e o naturalismo, de forma simultânea e não de maneira sucessiva, como ocorreu com Machado de Assis.
Torna-se diplomata, em 1895, servindo em Nápoles, Japão e Buenos Aires, onde falece em 1913. Suas obras incluem, ainda: A Condessa Vésper (1882), Girândola de Amores (1882), Filomena Borges (1884), Casa de Pensão (1884), O Homem (1887), O Coruja (1890), O Cortiço (1890), O Esqueleto (1890 em parceria com Olavo Bilac), A Mortalha de Alzira (1894), Livro de uma Sogra (1895), além de contos, crônicas e peças de teatro.
  • Adolfo Caminha:
Adolfo Ferreira Caminha ficou órfão de mãe, em 1877, e sofreu com a seca do Nordeste, nesse mesmo ano. Fez os primeiros estudos em Fortaleza (CE) e depois seguiu para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Escola Naval (1883).
Na Marinha, sentiu o choque da instituição conservadora e monarquista, revelando-se republicano e abolicionista. Por volta de 1886 demonstrou vocação pela literatura, quando publicou os poemas Vôos Incertos e os livros de contos Judite e Lágrimas de um Crente. Durante suas viagens como marinheiro, escreveu as crônicas No País dos Ianques (1894).
Em 1888 pediu transferência para Fortaleza, pois, o Ceará já havia libertado seus escravos quatro anos antes e a vida literária da Capital era ativa. Naquela cidade, o já tenente Caminha envolveu-se com Isabel Jataí de Paula Barros, que deixou seu marido e foi viver com o marinheiro, de modo, que foi expulso da Marinha. Então, foi trabalhar na Tesouraria da Fazenda e continuou sua atividade literária. Fundou a "Revista Moderna" (1891) e, em 1892, a "Padaria Espiritual", movimento que acreditava na educação do povo para mudar o país, e publicava o jornal, "O Pão".
Voltou para o Rio de Janeiro em 1893, já com duas filhas e além de trabalhar no Tesouro Federal, escrevia para jornais. No mesmo ano publicou o romance A Normalista, e dois anos depois, publicou O Bom-Crioulo, considerado seu melhor livro.
Em 1896, publicou Tentação, morreu de tuberculose, no ano seguinte, antes dos 30 anos de idade.                                                                       
  • Júlio Ribeiro:
Júlio César Ribeiro Vaughan nasceu em 10 de abril de 1845 na cidade de Sabará (Minas Gerais). Estudou no Colégio Baependiano e na Escola Militar, todavia, não concluiu já que abandonou para dedicar-se ao magistério livre. Faleceu em São Paulo em 1890 com Tuberculose.
Foi professor, jornalista e escritor. Fez parte da Academia Paulista de Letras, fundou e dirigiu o jornal O Sorocabano, porém, como escritor foi muito polêmico, cujo auge foi o livro A carne, que inicialmente escandalizou a sociedade, e é uma obra bem característica do naturalismo (uma pena que não esteja no rol dos livros para o vestibular, logo, poucos estudantes tem acesso a ele), mostrando o naturalismo dentro da sexualdiade, o erotismo ao extremo para a época. Seus ideais eram de cunho abolicionista, anticlerical e defensor da liberdade.
Por sua importância em sua época, foi eleito pela Academia Brasileira de Letras, com o Patronato da Cadeira 24, por escolha de seu primeiro ocupante, Garcia Redondo. Algumas obras de suas obras são: O Padre Belchior de Pontes, A Carne, Traços gerais da linguística,  Gramática Portuguesa,  Holmes brasileiros ou gramática da puerícia, English Grammar,  Questão gramatical,  Cartas sertanejas, Assassinatos na Rua Morgue e Uma polêmica Célebre.


  • Domingos Olímpio:
Domingos Olímpio Braga Cavalcanti nasceu na cidade de Sobral, no estado do Ceará, em 18 de Setembro de 1850 e veio a falecer no Rio de Janeiro, no dia 07 de Outubro de 1906, com 55 anos de idade. Era republicano e abolicionista convicto.
Em 1873 forma-se em Direito pela Faculdade de Recife e retorna ao Ceará, onde foi promotor público. Em 1879 transfere-se para o Pará, onde se dedica à advocacia e ao jornalismo. Em 1891 muda-se para o Rio de Janeiro e como jornalista, escreveu em vários periódicos. Publicou em Os Anais o romance O Almirante e Uirapuru, este último deixando incompleto.
Foi um escritor importante e é patrono da Cadeira Nº 8 da Academia Cearense de Letras. Chegou a se candidatar para a Academia Brasileira de Letras, mas foi derrotado por Mário de Alencar, filho de José de Alencar.
Além de muitos romances, escreveu também peças teatrais, muitas das quais nunca foram encenadas; sua principal obra foi Luzia-Homem, em 1903, um romance que marca a transição entre o regionalismo romântico e o regionalismo realista.


  • Inglês de Souza:
Herculano Marcos Inglês de Sousa fez os primeiros estudos no Pará e no Maranhão. Diplomou-se em direito pela Faculdade de São Paulo, em 1876. Nessa época colaborava com a Revista Nacional, de Ciências, Artes e Letras e militava na Tribuna Liberal. Foi professor da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, deputado federal e presidente das províncias de Sergipe e Espírito Santo.
Tornou-se conhecido, como escritor, com O Missionário, de 1891, que, como toda sua obra, revela influência do romance europeu realista e naturalista, principalmente dos autores Eça de Queirós e Emile Zola .
Além de advogado, banqueiro, professor, jornalista e romancista, foi também, contista tendo escrito Contos Amazônicos (1892); também foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Outras obras: O Cacaulista (1876); História de um Pescador (1876) e O Coronel Sangrado (1877).


E por hoje é só pessoal!

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Abraços e até a próxima.

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