por Ariadne Mégara
Para
darmos continuidade ao nosso estudo a cerca das Figuras de Linguagem, hoje
focaremos nas chamadas Figuras de
Construção ou de Sintaxe que ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao significado. Assim, a lógica da
frase é substituída pela maior expressividade que se pode dá ao sentido. São
subdivididas em: Elipse, Zeugma, Pleonasmo, Polissíndeto,
Inversão, Anacoluto, Onomatopeia e
Repetição. Vamos Começar?
A Elipse
é caracterizada pela omissão de um termo ou oração que facilmente podemos
subentender no contexto. É uma espécie de economia de palavra. Vejamos um
exemplo:
Rondó dos cavalinhos
[...]Os cavalinhos correndo,
[...]Os cavalinhos correndo,
E nós, cavalões, comendo...
O Brasil politicando,
Nossa! A poesia morrendo...
O sol tão claro lá fora,
O sol tão claro, Esmeralda,
E em minhalma — anoitecendo!
(Manuel
Bandeira)
Nota-se
que em todos os versos há a omissão do verbo “estar”, sendo este facilmente
identificado pelo contexto.
Já a Zeugma é um tipo de elipse, ocorre quando
é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Exemplo: Maria gosta de
Matemática, eu de Português.
(Observa-se
a omissão do vergo “gostar”)
Pleonasmo, como já sabemos, é o emprego das palavras
redundantes, com o fim de reforçar ou enfatizar a expressão.
Exemplo: Vivemos uma
vida tranquila.
O termo em destaque reforça uma ideia antes
ressaltada, uma vez que viver já diz respeito à vida.
Denomina-se Polissíndeto
a repetição intencional de um conectivo, geralmente representado pela conjunção
coordenada “e”.
Exemplo: “Trabalha e teima, e lima, e sofre, e
sua!” (Olavo Bilac)
A Inversão,
também conhecida como Hipérbato,
consiste em alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes dar
destaque.
Exemplo: Dos meus problemas cuido eu!
(Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus
problemas.)
O Anacoluto
é a quebra ou interrupção do fio da frase, ficando termos sintaticamente
desligados do resto do período, sem função. Em outras palavras, é interrupção
da sequência lógica do pensamento.
Exemplo: Esses alunos da escola, não se pode
duvidar deles.
A
expressão "esses alunos da escola" deveria exercer a função de
sujeito. No entanto, há uma interrupção da frase e essa expressão fica à parte,
não exercendo nenhuma função sintática.
A
Onomatopeia consiste no
aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos
seres. Exemplo:
“Lá
em casa tinha um cachorro, lá em casa tinha um cachorro, e o cachorro au au, o
gato miau, e o capote: tô fraco,
E
o peru glu glu, e o galo corococó, e a galinha có,
E
o pintinho piu, e o pintinho piu, e o pintinho piu, e o pintinho piu”
Por
fim, temos a Repetição que consiste
em reiterar (repetir) palavras ou orações para enfatizar a afirmação ou sugerir
insistência, progressão.
Exemplo:
“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” (Cecília Meireles)
Bom,
meus queridos, terminamos por aqui, próxima semana trabalharemos com a última
parte das figuras de linguagem: as figuras de pensamento.
Abraços
a Todos. Até a próxima!
Ficou com alguma dúvida?
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